Situação de Aprendizagem.
Dorival Moura Barros
Duração: 8 aulas
Público alvo: 6º ano.
Objetivo:
Diagnosticar e Levantar hipóteses sobre o texto estudado. Realizar
leitura compartilhada; Pesquisar; Observar a estrutura do gênero crônica;
Produzir texto.
Justificativa:
Considerando o aprimoramento da leitura e
escrita, apresentar interpretação de texto e imagens aos alunos focando o
conhecimento e aprendizagem.
Desenvolvimento:
Ao iniciar a aula o professor deve conversar
com os alunos sobre o tema a ser trabalhado, em seguida ler e discutir sobre o
título do texto, levantar hipóteses e resgatar conhecimentos prévios dos
alunos.
Apresentar imagens aos alunos e observar as
características do animal.
Realizar leitura em voz alta do texto AVESTRUZ
de Mario Prata.
Levantar questões de localização do texto:
Onde o menino mora? Onde ele viu um avestruz? Qual idade? Comparar a ave com
outros animais. Fazer interferências locais no texto: como é o garoto? Como é a
situação econômica da família? Como é a vida do garoto?
Conversar sobre a criação do avestruz,
medidas, peso, tamanho. Apresentar vídeo aos alunos.
Elaborar junto com os alunos uma ficha
técnica.
Retomar ao texto, observar a narrativa,
explorar e explicar o gênero crônica.
Levantamento sobre animais de estimação. Qual
o animal de estimação que o aluno tem ou gostaria de ter. Realizar uma
narrativa descritiva do animal escolhido. (detalhes, como conseguiu, como
cuida). Leitura do texto produzido entre os colegas, trocar os texto em dupla.
Pesquisar sobre o animal escolhido e produzir
uma ficha técnica.
Levar vários livros de crônicas para sala,
propor um círculo de leitura. Em sala de aula explorar o texto do gênero
crônica e realizar uma produção.
Realizar a devolutiva com os alunos após a
correção.
Recursos: cópia do texto;
Data show para reprodução de fotos e vídeo;
Livros;
Sala de
informática;
Sala de Vídeo.
Avaliação: Debate em sala de aula. Formativa, participativa
e contínua.
Crônica
Crônica é uma narrativa
histórica que expõe os fatos seguindo uma ordem cronológica. A palavra crônica
deriva do grego "chronos"
que significa "tempo".
Nos jornais e revistas, a crônica é uma narração curta escrita pelo mesmo autor
e publicada em uma seção habitual do periódico, na qual são relatados fatos do
cotidiano e outros assuntos relacionados a arte, esporte, ciência, etc.
TEXTO 1.
Avestruz
O filho
de uma grande amiga pediu, de presente pelos seus 10 anos, um avestruz. Cismou,
fazer o quê? Moram em um apartamento em Higienópolis, São Paulo. E ela me
mandou um e-mail dizendo que a culpa era minha. Sim, porque foi aqui ao lado de
casa, em Floripa, que o menino conheceu os avestruzes. Tem uma plantação, digo,
criação deles. Aquilo impressionou o garoto.
Culpado, fui até o local saber se eles vendiam filhotes de avestruz. E se entregavam em domicílio.
E fiquei a observar a ave. Se é que podemos chamar aquilo de ave. O avestruz foi um erro da natureza, minha amiga. Na hora de criar o avestruz, Deus devia estar muito cansado e cometeu alguns erros. Deve ter criado primeiro o corpo, que se assemelha, em tamanho, a um boi. Sabe quanto pesa um avestruz? Entre 100 e 160 quilos, fui logo avisando a minha amiga. E a altura pode chegar a quase 3 metros - 2,70 para ser mais exato.
Mas eu estava falando da sua criação por Deus. Colocou um pescoço que não tem absolutamente nada a ver com o corpo. Não devia mais ter estoque de asas no paraíso, então colocou asas atrofiadas. Talvez até sabiamente para evitar que saíssem voando em bandos por aí, assustando as demais aves normais.
Outra coisa que faltou foram dedos para os pés. Colocou apenas dois dedos em cada pé. Sacanagem, Senhor!
Depois olhou para sua obra e não sabia se era uma ave ou um camelo. Tanto é que, logo depois, Adão, dando os nomes a tudo o que via pela frente, olhou para aquele ser meio abominável e disse: Struthio camelus australis. Que é o nome oficial da coisa. Acho que o struthio deve ser aquele pescoço fino em forma de salsicha.
Pois um animal daquele tamanho deveria botar ovos proporcionais ao seu corpo. Outro erro. É grande, mas nem tanto. E me explicava o criador que os avestruzes vivem até os 70 anos e se reproduzem plenamente até os 40, entrando depois na menopausa. Não têm, portanto, TPM. Uma fêmea de avestruz com TPM é perigosíssima!
Podem gerar de dez a 30 crias por ano, expliquei ao garoto, filho da minha amiga. Pois ele ficou mais animado ainda, imaginando aquele bando de avestruzes correndo pela sala do apartamento.
Ele insiste, quer que eu leve um avestruz para ele de avião, no domingo. Não sabia mais o que fazer.
Foi quando descobri que eles comem o que encontram pela frente, inclusive pedaços de ferro e madeiras. Joguinhos eletrônicos, por exemplo. Máquina digital de fotografia, times inteiros de futebol de botão e, principalmente, chuteiras. E, se descuidar, um mouse de vez em quando cai bem.
Parece que convenci o garoto. Me telefonou e disse que troca o avestruz por cinco gaivotas e um urubu.
Pedi para a minha amiga levar o garoto a um psicólogo. Afinal, tenho mais o que fazer do que ser gigolô de avestruz.
Culpado, fui até o local saber se eles vendiam filhotes de avestruz. E se entregavam em domicílio.
E fiquei a observar a ave. Se é que podemos chamar aquilo de ave. O avestruz foi um erro da natureza, minha amiga. Na hora de criar o avestruz, Deus devia estar muito cansado e cometeu alguns erros. Deve ter criado primeiro o corpo, que se assemelha, em tamanho, a um boi. Sabe quanto pesa um avestruz? Entre 100 e 160 quilos, fui logo avisando a minha amiga. E a altura pode chegar a quase 3 metros - 2,70 para ser mais exato.
Mas eu estava falando da sua criação por Deus. Colocou um pescoço que não tem absolutamente nada a ver com o corpo. Não devia mais ter estoque de asas no paraíso, então colocou asas atrofiadas. Talvez até sabiamente para evitar que saíssem voando em bandos por aí, assustando as demais aves normais.
Outra coisa que faltou foram dedos para os pés. Colocou apenas dois dedos em cada pé. Sacanagem, Senhor!
Depois olhou para sua obra e não sabia se era uma ave ou um camelo. Tanto é que, logo depois, Adão, dando os nomes a tudo o que via pela frente, olhou para aquele ser meio abominável e disse: Struthio camelus australis. Que é o nome oficial da coisa. Acho que o struthio deve ser aquele pescoço fino em forma de salsicha.
Pois um animal daquele tamanho deveria botar ovos proporcionais ao seu corpo. Outro erro. É grande, mas nem tanto. E me explicava o criador que os avestruzes vivem até os 70 anos e se reproduzem plenamente até os 40, entrando depois na menopausa. Não têm, portanto, TPM. Uma fêmea de avestruz com TPM é perigosíssima!
Podem gerar de dez a 30 crias por ano, expliquei ao garoto, filho da minha amiga. Pois ele ficou mais animado ainda, imaginando aquele bando de avestruzes correndo pela sala do apartamento.
Ele insiste, quer que eu leve um avestruz para ele de avião, no domingo. Não sabia mais o que fazer.
Foi quando descobri que eles comem o que encontram pela frente, inclusive pedaços de ferro e madeiras. Joguinhos eletrônicos, por exemplo. Máquina digital de fotografia, times inteiros de futebol de botão e, principalmente, chuteiras. E, se descuidar, um mouse de vez em quando cai bem.
Parece que convenci o garoto. Me telefonou e disse que troca o avestruz por cinco gaivotas e um urubu.
Pedi para a minha amiga levar o garoto a um psicólogo. Afinal, tenho mais o que fazer do que ser gigolô de avestruz.
Mario Prata
Mario
Prata
Mario Alberto Campos de Morais Prata é natural de Uberaba (MG), onde
nasceu no dia 11 de fevereiro de 1946. Foi criado em Lins, interior de São
Paulo. Com 10 anos de idade já escrevia "numa velha Remington no
laboratório de meu pai (...) crônicas horríveis, geralmente pregando a
liberdade e duvidando da existência de Deus". Nesse período de sua vida
era o redator do jornalzinho de sua classe na escola. Sendo vizinho de frente
do jornal A Gazeta de Lins, com 14
anos começou a escrever a coluna social com o pseudônimo de Franco Abbiazzi.
Passou, com o tempo, a fazer de tudo no jornal, desde editoriais a
reportagens esportivas e artigos de peso. O escritor Sérgio Antunes, seu
amigo nessa época, disse que Mário era um molecote de "voz de taquara
rachada e aparelho nos dentes ". Além de escrever Mário se dedicava
ao tênis e, defendendo o Clube Atlético Linense, acabou sendo o campeão
noroestino infantil na década de 60. Lia tudo o que lhe caia
nas mãos, em especial as famosas revistas da época "O Cruzeiro" e "Manchete",
que traziam em suas páginas os melhores cronistas da época como Fernando
Sabino, Paulo Mendes Campos, Henrique Pongetti, Rubem Braga, Millôr
Fernandes e Stanislaw Ponte Preta, uma vez que em Lins, naquela época,
"não chegavam os grandes clássicos", como disse o autor. Daí a
forte influência que os citados cronistas tiveram em seu estilo.
TEXTO 2.
O avestruz (Struthio
camelus) é a maior ave que existe. Pertence a família Struthionidae.
O avestruz tem as asas atrofiadas, por isso não voa. Porém, é um corredor
de velocidade, atingindo facilmente os 65 km/h, em média, velocidade
que pode ser bem maior se o vento for favorável ao deslocamento da ave.
O longo pescoço do avestruz, assim como suas longas pernas, tem cor rosada e são desprovidos de plumagens. As fêmeas são menores que os machos, chagando a 2m de altura, sendo que o macho atinge 2,7 de altura. O peso destas aves varia entre 90 e 130 kg. Os machos geralmente pesam mais que as fêmeas, podendo chegar aos 155 kg.
O longo pescoço do avestruz, assim como suas longas pernas, tem cor rosada e são desprovidos de plumagens. As fêmeas são menores que os machos, chagando a 2m de altura, sendo que o macho atinge 2,7 de altura. O peso destas aves varia entre 90 e 130 kg. Os machos geralmente pesam mais que as fêmeas, podendo chegar aos 155 kg.
A plumagem dos
avestruzes é muito macia e funciona como um isolante térmico. Possuem audição e
visão bastante aguçadas podendo prever o perigo à distância. Em cada pata o
avestruz tem dois dedos grandes, parecidos com cascos.
A fêmea da espécie
apresenta plumagens pretas com a ponta das asas cinza, enquanto o macho possui
igualmente as plumagens pretas, mas com a ponta das asas branca. Essa
diferenciação externa do sexo de animais da mesma espécie é chamada de dimorfismo sexual, sendo que no caso
do avestruz a mudança na cor das plumagens acontece quando a ave atinge um ano
e meio de idade.
O sistema digestivo
do avestruz é muito parecido com o dos ruminantes. Onívoras, alimentam-se de sementes, frutos,ervas, insetos,
répteis, invertebrados e pequenos mamíferos. Eventualmente engolem algumas
pedrinhas, pois como não possuem dentes, as pedrinhas, no papo, ajudam a
esmagar os alimentos engolidos inteiros. Resistem bastante tempo sem água,
somente com a umidade das plantas que come, embora gostem de água.
O avestruz é natural
da África, onde vive nas
savanas, em áreas de montanhas ou em planícies arenosas, adaptando-se a todas
as condições com facilidade. Essa ave não emigratória. Vivem em bandos que
podem ter desde 5 a 50 indivíduos, sendo comum encontrar bandos de avestruzes
entre manadas de ruminantes.
A maturidade sexual
ocorre entre 2 e 4 anos, sendo que geralmente as fêmeas estão prontas para a
reprodução 6 meses antes que machos da mesma ninhada. Após o acasalamento, as
fêmeas põem os ovos em ninhos
comunitários, que são buracos no chão com profundidade entre 30 e 60 cm. Estes
ninhos têm a capacidade de receber até 60 ovos. Cada ovo de avestruz tem
aproximadamente 20 cm e pesa mais de 1 kg, chegando a 1,5 kg. As fêmeas são
responsáveis por chocar os ovos durante o dia, e os machos os chocam durante a
noite. Entre 35 e 45 dias depois, nascem os filhotes, em média com peso entre
0,8 e 1,2 kg. Aos 6 meses pesam 60 kg, pois crescem aproximadamente 30 cm por
mês.
Bibliografia
DOLZ, Joaquim; SCHNEUWLY, Bernard. Gêneros e progressão em
expressão oral e escrita – elementos para reflexão sobre uma experiência suíça
(francófona). In: Gêneros orais e escritos na escola. Campinas: Mercado das
Letras, 2010.
ROJO, R. H. R. (2002) A concepção de leitor e produtor de textos nos
PCNs: “Ler é melhor do que estudar”. In M. T. A. Freitas & S. R. Costa
(orgs) Leitura e Escrita na Formação de Professores, PP.31-52. SP:
Musa/ UFJF/INEP-COMPED.
Caderno do professor. Língua Portuguesa: ensino fundamental. 5ª. série. 2º.
Bimestre/Eliane Aparecida Aguiar – São Paulo: SEE, 2013.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirDesculpe, onde se lê Professor Cicero, leia-se Professor Dorival.
ResponderExcluirErrei o nome mas não os elogios.